top of page

Pergunte ao Professor

 

Conheça os professores do curso de Biomedicina UFRJ e suas linhas de pesquisa científica.

Desta vez o entrevistado foi o professor Adilson Salles. Ele é médico de formação, mestre em anatomia e ao longo da sua trajetória tomou um rumo diferente da sua anterior profissão de médico-cirurgião. Acompanhe abaixo a entrevista com o professor e saiba mais sobre o que ele faz atualmente.  

 

Por Gabrielle Tantos

 

BioICB) Professor, qual a área em que trabalha atualmente? 

Adilson Salles) Eu trabalho na área de bioantropologia. Basicamente, é o estudo biológico sobre ossos e dentes de populações antigas, especialmente do litoral brasileiro. Então, a partir da análise biológica do material, procuramos entender como essas populações viviam naquele momento e todos os seus desdobramentos.

BioICB) Conte-nos um pouco sobre seus projetos futuros. 

A.S.) Os projetos dependem das teses que oriento, porém há um grande projeto em andamento quase contínuo que é o de divulgação científica. O objetivo deste projeto é levar para o grande público, em especial escolas públicas, esse conhecimento bioantropológico, no sentido das pessoas entenderem um pouco do nosso passado e como o cientista realiza o trabalho, forma equipes e a cooperatividade existente, tornando a área bioantropológica uma área repleta de valores sociais. 

BioICB) A bioantropologia está relacionada a várias áreas diferentes? 

A.S.) Sim, pois essa área interage com várias outras como história, geografia, geologia. Ou seja, com diferentes saberes, inclusive com as diferentes crenças, religiões, mitos. Há uma ramificação muito grande seja científica ou não. E uma informação relevante é o fato de ciência não ser sinônimo de tecnologia. Esta é um instrumento poderoso, entretanto ela é um meio para chegarmos às informações sobre os povos. 

BioICB) O que diria para os jovens que se interessam em entrar nessa área? 

A.S.) O jovem escolhe a carreira muito cedo e talvez ela não esteja muito clara ainda em relação ao que pode proporcionar. Então, ele entra numa determinada área e durante seu andamento percebe que não era bem isso o que gostaria de fazer, mas é pressionado pelo mercado de trabalho, se forma e acaba fechando alguns caminhos que poderiam ser mais interessantes. Essa situação aconteceu comigo em medicina. Então, o jovem dentro de um curso deve lançar seu olhar ao leque de possibilidades e, dentro de sua área, escolher o caminho que mais lhe agrade e tenha mais afinidade com a sua personalidade.

BioICB) Então, na sua opinião, o jovem não pode entrar na faculdade com a “cabeça fechada” na área em que optou? 

A.S.) É, eu fiz medicina, fui cirurgião e depois percebi que aquela rotina de cirurgião não me interessava. Então, entrei na universidade na área de anatomia, depois transferi para história e hoje faço anatomia dentro da história. Logo, você vê que eu dei diferentes passos a partir de outras pessoas que me trouxeram experiências desse tipo de vivência no qual eu achei bastante interessante e fui direcionando a minha formação, pois tudo o que eu aprendi eu uso hoje. Então, eu acho que a idéia é essa: abrir dentro de cada área uma dimensão muito grande de um leque de possibilidades e, como durante minhas aulas não consigo fazer isso para os alunos, levo vários convidados de diferentes formações, fazendo uma grande mesa redonda para tentar ligar uma coisa à outra para que os alunos vislumbrem as possibilidades e possam escolher algo prazeroso quando forem trabalhar.

Please reload

bottom of page